A Petrobras (PETR3, PETR4) divulgou nesta quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025, seu relatório de desempenho referente ao ano de 2024, reportando lucro líquido de R$ 36,6 bilhões, uma queda de 70% em comparação com o resultado de 2023.

Segundo a companhia, o resultado foi impactado principalmente por um item de natureza contábil que não afeta o caixa: a variação cambial das dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior. Excluindo os eventos exclusivos, o lucro líquido seria de R$ 103 bilhões (US$ 19,4 bilhões).

O EBITDA ajustado sem eventos exclusivos alcançou R$ 245,8 bilhões (US$ 45,9 bilhões) em 2024, uma redução de 11% em relação a 2023, refletindo principalmente a deterioração do ambiente externo com a redução do preço do petróleo e das margens internacionais do segmento de refino.

A estatal destacou a forte geração de caixa, com Fluxo de Caixa Operacional de US$ 38 bilhões e Fluxo de Caixa Livre de US$ 23,3 bilhões. A dívida financeira atingiu US$ 23,2 bilhões no final do ano, o menor nível desde 2008. Essa posição financeira robusta foi reforçada pelo recebimento de R$ 2,67 bilhões em pagamentos contingentes e pela assinatura de operações financeiras estratégicas.

"2024 foi um ano positivo para a Petrobras. De forma consistente, mantivemos uma forte geração de caixa, alcançando US$ 38 bilhões de Fluxo de Caixa Operacional em 2024", afirmou Fernando Melgarejo, Diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

Entre os destaques operacionais, a Petrobras reportou a entrada em operação do FPSO Marechal Duque de Caxias no campo de Mero em outubro de 2024, além do início de produção do FPSO Maria Quitéria e o atingimento da capacidade máxima de produção do FPSO Sepetiba. Recentemente, a companhia também iniciou a operação do FPSO Almirante Tamandaré no Campo de Búzios, com capacidade para produzir até 225 mil barris de óleo por dia.

A companhia elevou suas reservas provadas, alcançando um índice de reposição de reservas (IRR) de 154% e relação reservas/produção (R/P) de 13,2 anos. No segmento de refino, aumentou o fator de utilização das refinarias para 93%, o maior em dez anos, e bateu recorde de processamento de óleos do pré-sal, que somaram 70% do total processado.

Para 2025, a Petrobras projeta um aumento da produção de petróleo em 100 mil barris por dia (bpd), além de um incremento de 25 mil bpd na capacidade de processamento com a conclusão do revamp do Trem 1 da RNEST.

A companhia informou que investiu R$ 91 bilhões em 2024, o equivalente a 5% do total de investimentos do Brasil, sustentando 250 mil empregos. Além disso, pagou R$ 270 bilhões em tributos e distribuiu R$ 102,6 bilhões em dividendos, dos quais R$ 37,9 bilhões correspondem ao grupo de controle. O Conselho de Administração, que recentemente recebeu a renúncia de um de seus membros, aprovou hoje o encaminhamento de proposta de dividendos adicionais para deliberação na Assembleia Geral.

Em paralelo aos resultados financeiros, a Petrobras manteve seu compromisso com a sustentabilidade, tendo lançado um fundo de R$ 100 milhões para bioeconomia e estabelecido contratos estratégicos de GNL para reduzir sua exposição à volatilidade de preços no mercado internacional.