A Petrobras (PETR3, PETR4) divulgou nesta terça-feira, 6 de maio de 2025, seu Plano de Negócios 2025-2029, que prevê investimentos totais de US$ 111 bilhões para os próximos cinco anos. Do montante total, US$ 77 bilhões serão destinados à área de Exploração e Produção (E&P), representando aproximadamente 70% do investimento planejado.

Segundo o documento apresentado pela estatal, os investimentos em projetos de transição energética somam US$ 16,3 bilhões, distribuídos de forma transversal entre os segmentos de negócio da companhia. A carteira em implantação, que inclui projetos já com financiabilidade testada, totaliza US$ 98 bilhões, dos quais 67% já estão sancionados.

O plano prevê ainda US$ 20 bilhões para a área de Refino, Transporte e Comercialização, US$ 11 bilhões para Gás e Energias de Baixo Carbono e US$ 3 bilhões para o segmento Corporativo. Outros US$ 13 bilhões estão reservados para a chamada "Carteira em Avaliação", com projetos que ainda precisam passar por governança adicional.

A empresa destacou um aumento de 5% nos investimentos em E&P entre planos, com o valor passando de US$ 73 bilhões para US$ 77 bilhões. Desse total, US$ 47 bilhões serão destinados a projetos no Pré-Sal, confirmando o foco estratégico da companhia nessa área, onde a Petrobras registrou aumento de 5,4% na produção no primeiro trimestre de 2025.

Novos sistemas de produção

A Petrobras planeja implementar 10 novos sistemas de produção até 2029, com destaque para os projetos de Búzios, que receberão diversas plataformas nos próximos anos. A capacidade de produção das novas unidades varia de 100 mil a 225 mil barris por dia.

Entre os projetos em desenvolvimento estão: Búzios 8 (P-79), Búzios 9 (P-80), Búzios 10 (P-82), Búzios 11 (P-83), Búzios 12, Atapu 2 (P-84), Sépia 2 (P-85), além de projetos de revitalização como REVIT Albacora, REVIT MLS/MLL e REVIT BR/CRT.

Demandas para o mercado offshore

O plano apresenta significativas demandas para o mercado offshore brasileiro nos próximos cinco anos. A Petrobras prevê contratar 5 novas unidades flutuantes de produção, armazenamento e transferência (FPSOs), com outras 6 em estudo.

A estatal também projeta uma frota de 25 a 30 sondas e entre 80 e 90 embarcações submarinas. Serão necessários aproximadamente 6.000 km de dutos rígidos, flexíveis e umbilicais, além de cerca de 70 Árvores de Natal Molhadas (ANMs) e 300 sistemas de completação.

Para o segmento de construção naval, a empresa destacou demandas como 16 navios de cabotagem para a Transpetro e 40 novas embarcações de apoio marítimo, incluindo 12 PSVs (Platform Supply Vessel) e 10 OSRVs (Oil Spill Response Vessel).

Oportunidades de parcerias

O documento destaca ainda possibilidades de parcerias para execução dos projetos, com associações envolvendo parceiros e fornecedores brasileiros, estaleiros internacionais e operadores BOT (Build, Operate, Transfer). A Petrobras também menciona a realização da 4ª Mesa Redonda de Negociações e o incentivo a financiamentos pelo Fundo da Marinha Mercante para execução de conteúdo local.

Os investimentos apresentados seguem a estratégia da companhia de focar em projetos com alto retorno, aprovados apenas quando apresentam Valor Presente Líquido (VPL) positivo em cenários de robustez, com sólida governança na aprovação. Essa abordagem financeira alinha-se com a solidez reconhecida pela Fitch, que recentemente reafirmou o rating da petroleira com perspectiva estável.

O plano também prevê investimentos significativos na área de Gás e Energias de Baixo Carbono, em linha com projetos recentes como a operação do segundo módulo da UPGN no Complexo de Energias Boaventura, que ampliou a capacidade de processamento de gás natural da companhia.