A Ferbasa (FESA3, FESA4), principal fornecedora de ferroligas do Brasil e única produtora integrada de Ferrocromo das Américas, encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 24,2 milhões, uma retração de 80,8% em comparação ao resultado de R$ 126,3 milhões registrado no quarto trimestre de 2024.

A receita líquida da companhia atingiu R$ 549,8 milhões, representando uma queda de 9,5% em relação ao 4T24. Esse recuo foi impactado pela redução de 5,8% no volume de vendas, que totalizou 69,5 mil toneladas, e pela queda de 6,6% no preço médio das ligas em dólar. Esses fatores foram parcialmente compensados pela valorização de 3,1% no dólar médio praticado no período.

Apesar da retração no lucro, o EBITDA Ajustado alcançou R$ 61,1 milhões, um aumento de 30% em comparação aos R$ 47 milhões do trimestre anterior, com margem EBITDA de 11,1%, superior aos 7,7% registrados no 4T24.

Na produção, a Ferbasa fabricou 75,8 mil toneladas de ferroligas no trimestre, crescimento de 3,3% em relação ao 4T24, decorrente do aumento de 16,4% nas ligas de silício, enquanto as ligas de cromo recuaram 2,2%. A produção de FeSi HP (alta pureza) avançou 6,2% e representou 34% do total das ligas de silício.

O custo dos produtos vendidos totalizou R$ 475,6 milhões, queda de 9,7% em comparação ao trimestre anterior. No entanto, na análise anual, o CPV avançou 15,4% em relação ao 1T24, pressionado principalmente por aumentos nos custos de energia elétrica e minério de cromo.

A posição financeira da empresa permaneceu sólida, com geração de caixa de R$ 8,2 milhões no trimestre. A Ferbasa encerrou março com reserva financeira consolidada de R$ 1,142 bilhão e, descontando o endividamento de R$ 355,2 milhões, apresentou posição de caixa líquido de R$ 786,6 milhões.

O mercado internacional de ferroligas enfrentou desafios no período, como implementação de medidas protecionistas pelos EUA e início de investigação para possível salvaguarda na Europa direcionada ao ferrossilício. No mercado de aço, a produção mundial avançou 5,1% no trimestre, com destaque para a China, responsável por 55% do total produzido.

O relatório destaca que o volume de vendas para o mercado interno cresceu 10,5%, enquanto as exportações recuaram 20,5%, afetadas por desafios logísticos internacionais, incluindo congestionamento nos portos, escassez de contêineres e aumento nos custos de frete marítimo. Neste cenário desafiador, a estrutura verticalizada da empresa representa um diferencial estratégico para manter a segurança operacional.