A Dexco (DXCO3) apresentou nesta terça-feira, 25 de fevereiro de 2025, durante o BTG Pactual Brasil CEO Conference 2025, detalhes sobre seu ciclo de investimentos 2021-2025, que totaliza R$ 1,8 bilhão, valor reduzido em R$ 700 milhões do plano inicial devido a ganhos de negociação e adaptação de projetos ao cenário de mercado. Este ciclo integra o plano estratégico florestal da companhia anunciado anteriormente.

De acordo com a apresentação institucional divulgada pela companhia, o ciclo de investimentos inclui R$ 700 milhões destinados à área de Revestimentos, com nova planta em Botucatu (SP); R$ 500 milhões para Metais e Louças, focando na melhoria de mix com investimentos em automação e inovação fabril; R$ 300 milhões para a divisão de Madeira; e outros R$ 300 milhões para Inovação e Varejo.

A empresa registrou EBITDA ajustado e recorrente de R$ 1,28 bilhão nos primeiros nove meses de 2024, com margem EBITDA de 21%. O lucro líquido recorrente alcançou R$ 278 milhões no mesmo período. Os níveis de alavancagem foram impactados pelos investimentos realizados, com relação dívida líquida/EBITDA recorrente de 3,1x, um patamar que tem sido monitorado por agências de classificação como a Fitch Ratings e Moody's, que recentemente mantiveram seus ratings para a companhia.

A Dexco destacou sua posição de liderança no mercado brasileiro, com participação de 43,9% no segmento de MDP e 24,1% em MDF. A empresa mantém 23 unidades fabris e florestais no Brasil e na Colômbia, contando com aproximadamente 11 mil colaboradores e operando mais de 200 mil hectares de florestas.

No documento, a companhia também apresentou seu cenário macroeconômico, indicando que a economia brasileira deve crescer próxima ao potencial em 2025, apesar de desacelerar em relação a 2024. Entre os fatores de atenção, a empresa citou que o novo ciclo de alta da taxa Selic, em patamar mais restritivo, deve gerar impactos mais significativos a partir do segundo semestre.

A LD Celulose, joint venture da Dexco com a Lenzing AG para produção de celulose solúvel, foi destacada como um hedge natural à exposição da empresa ao mercado local, já que opera com receita dolarizada. Em 2024, a capacidade nominal de produção instalada foi superada em cerca de 10%, atingindo aproximadamente 550 mil toneladas por ano.

Entre as prioridades estratégicas, a Dexco mencionou a oportunização de ativos excedentes, priorização de margens e realização de operações que rentabilizem ativos florestais, além de projetos de expansão em curso para manter sua competitividade no mercado.