A Aeris (AERI3) divulgou nesta quarta-feira, 26 de março de 2025, suas projeções financeiras para o primeiro trimestre de 2025 e para o ano completo, prevendo resultados negativos significativos. A fabricante de pás eólicas estima um prejuízo líquido ajustado entre R$ 350 milhões e R$ 380 milhões para 2025, uma redução em relação ao prejuízo de R$ 934,1 milhões em 2024.

De acordo com o fato relevante, a companhia projeta uma receita líquida entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões para o ano, com um lucro bruto entre R$ 10 milhões e R$ 25 milhões. No entanto, o EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve ficar negativo entre R$ 25 milhões e R$ 35 milhões. Estas projeções refletem a continuidade dos desafios enfrentados pela empresa, que perdeu contratos com três importantes clientes no ano anterior.

Para o primeiro trimestre de 2025, a Aeris estima uma queima de caixa operacional de R$ 259 milhões, resultando em um fluxo de caixa total negativo de R$ 210 milhões. Com isso, a companhia deve encerrar março com apenas R$ 135 milhões em caixa e equivalentes, uma redução expressiva frente aos R$ 345 milhões registrados no fechamento do quarto trimestre de 2024.

O resultado financeiro projetado para 2025 também é negativo, entre R$ 250 milhões e R$ 270 milhões, refletindo o alto endividamento da empresa. A companhia informou que R$ 55 milhões de seu caixa projetado para o primeiro trimestre estará restrito, sendo R$ 43 milhões alocados no FIDC Aeris.

Renegociação com credores

A empresa também revelou estar em fase avançada de tratativas com grupos de debenturistas das debêntures da 1ª e 2ª emissão. Os termos e condições finais serão discutidos nas assembleias gerais de debenturistas marcadas para 28 de março de 2025, data que coincide com o prazo para conclusão da identificação de candidatos para seu Conselho de Administração.

Segundo informações divulgadas pela companhia, o saldo da dívida em dezembro de 2024 totalizava R$ 1,612 bilhão, incluindo R$ 395 milhões da primeira emissão de debêntures (AERI11) e R$ 658 milhões da segunda emissão (AERI12). Este processo de renegociação ocorre após a reestruturação de dívidas iniciada no início do ano, em meio a mudanças significativas na administração da empresa.

A fabricante de equipamentos para geração de energia eólica destacou que as projeções foram elaboradas com base em premissas da administração e estão sujeitas a riscos e incertezas de mercado, não configurando promessas de desempenho.