O Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta quinta-feira, 15 de maio de 2025, a suspensão de suas projeções corporativas (guidance) para três indicadores financeiros cruciais do exercício de 2025: Custo do Crédito, Margem Financeira Bruta e Lucro Líquido Ajustado.

De acordo com o fato relevante divulgado ao mercado, a decisão foi motivada pelo "agravamento da inadimplência de parte da carteira de Agronegócios acima do esperado ao longo de 2025". O banco destacou que o perfil de amortizações concentradas no fim da safra, combinado com a implementação das novas regras estabelecidas pela Resolução 4.966/21, criou um cenário de incerteza para as projeções financeiras.

A instituição financeira havia projetado um Lucro Líquido Ajustado entre R$ 37 bilhões e R$ 41 bilhões para 2025. No primeiro trimestre divulgado hoje, o banco registrou R$ 7,4 bilhões nesse indicador. Para a Margem Financeira Bruta, a projeção era de R$ 111 bilhões a R$ 115 bilhões, tendo alcançado R$ 23,9 bilhões no primeiro trimestre.

O Custo do Crédito, que corresponde às provisões de risco associadas a ativos financeiros, também entrou em revisão. A projeção anterior indicava valores entre R$ 38 bilhões e R$ 42 bilhões para o ano, com R$ 10,2 bilhões já registrados no primeiro trimestre.

As demais projeções corporativas foram mantidas, incluindo a Carteira de Crédito (expectativa de crescimento entre 5,5% e 9,5%), segmentos específicos como Pessoa Física, Empresas e Agronegócios, além da Carteira Sustentável. Também permaneceram inalteradas as projeções para Receitas de Prestação de Serviços (R$ 34,5 bilhões a R$ 36,5 bilhões) e Despesas Administrativas (R$ 38,5 bilhões a R$ 40 bilhões).

A revisão das estimativas ocorre em meio à implementação de novas regras contábeis estabelecidas pela Resolução 4.966/21, que afetam principalmente a contabilização de ativos financeiros, a dinâmica de reconhecimento de receitas e a constituição de provisão sobre ativos com aumento significativo de risco.

O banco informou que manterá o status "em revisão" para os indicadores suspensos até que o cenário permita uma avaliação mais consistente da magnitude dos impactos a serem incorporados nas projeções.