Serena Energia (SRNA3) registra prejuízo de R$ 176,5 milhões no 1T25
Resultados foram impactados por problemas na rede de transmissão; empresa anunciou proposta de fechamento de capital por R$ 11,74 por ação

A Serena Energia (SRNA3) divulgou nesta quinta-feira, 15 de maio de 2025, seus resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2025, registrando um prejuízo líquido de R$ 176,5 milhões, uma piora de R$ 72 milhões em comparação ao mesmo período do ano anterior.
O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado atingiu R$ 310,3 milhões no período, representando uma queda de 16% em relação ao 1T24. A empresa explicou que o desempenho foi impactado principalmente por dois eventos não recorrentes relacionados a falhas na rede de transmissão.
De acordo com o comunicado, o primeiro evento foi o colapso de torres de transmissão que ligam a usina de Belo Monte à região Sudeste do Brasil, criando um gargalo de aproximadamente 5 GW de escoamento para as renováveis durante janeiro e fevereiro. O segundo foi a maior indisponibilidade associada à entrada em operação de novas capacidades de transmissão e geração.
Esses problemas resultaram em uma perda de produção de 198 GWh, equivalente a uma redução de 15% no Lucro Bruto do período em comparação ao ano anterior. A produção total atingiu 1.899,2 GWh, 2,7% inferior ao mesmo período do ano anterior.
O Lucro Bruto de Energia alcançou R$ 506,9 milhões, representando uma queda de 3% em comparação ao 1T24, enquanto o Lucro Bruto Unitário ficou em R$ 269,8/MWh, recuando 1% no mesmo período comparativo.
A dívida líquida ajustada da companhia somou R$ 8,73 bilhões, com aumento de 1% em relação ao trimestre anterior e 2% na comparação anual. A relação dívida líquida/EBITDA da Serena Geração ficou em 3,6x, abaixo do covenant de 4,5x. Vale lembrar que a empresa concluiu uma emissão de debêntures em março, captando R$ 120 milhões.
Outro destaque do release foi o anúncio de proposta de fechamento de capital liderada pela Actis/General Atlantic e GIC Infra, feito em 14 de maio. O preço da transação foi fixado em R$ 11,74 por ação, oferecendo um prêmio de 122,3% em relação ao preço de fechamento das ações da Serena em 2 de janeiro de 2025, e um prêmio de 24,6% em relação ao preço médio ponderado por volume (VWAP) dos últimos 30 dias.
Se concluída, a operação marcará uma alteração de controle e a saída completa da Tarpon após 17 anos como acionista da companhia. Esta proposta representa o desfecho das tratativas preliminares que vinham sendo conduzidas desde abril. Após a conclusão da transação, Actis, GIC Infra e o CEO Antonio Bastos Filho passarão a integrar um novo acordo de acionistas, com Antonio permanecendo como sócio executivo da empresa.
Para os próximos trimestres, a Serena Energia demonstrou otimismo, afirmando que os problemas isolados de transmissão já foram resolvidos e que tanto a sazonalidade quanto as posições favoráveis no mercado de energia devem impulsionar um desempenho financeiro mais forte, especialmente no segundo semestre de 2025.
SRNA3: cotação e indicadoresSerena Energia
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