A Irani Papel e Embalagem (RANI3) divulgou na quarta-feira, 30 de abril de 2025, sua apresentação corporativa destacando uma receita líquida de R$1,6 bilhão nos últimos doze meses encerrados em 31 de março de 2025. A companhia, que se apresenta como um "pure player" brasileiro no setor de embalagem listado no Novo Mercado da B3, reforçou seu posicionamento estratégico voltado para produtos sustentáveis. Esta apresentação ocorreu no mesmo dia em que a empresa divulgou seus resultados do primeiro trimestre, que mostraram um lucro líquido de R$ 60,8 milhões.

De acordo com o documento, a empresa possui aproximadamente 2.000 colaboradores e uma produção de 317 mil toneladas de papel para embalagens sustentáveis no período. O segmento de Embalagens Sustentáveis (Papelão Ondulado) representa 60,1% da receita líquida, seguido pelo setor de Papel para Embalagens Sustentáveis com 39,5%, e Resinas Sustentáveis (Breu e Terebintina) com 0,5%. Esta última área teve recentemente suas operações descontinuadas pela companhia, que encerrou as atividades da fábrica de destilação de goma resina em Balneário Pinhal/RS.

A companhia destaca que 91% de suas vendas são direcionadas ao mercado interno, enquanto os 9% restantes são destinados à exportação. Em seu material, a Irani enfatiza que o mercado de embalagens sustentáveis tem crescido acima do PIB brasileiro, impulsionado por três tendências principais: a preferência por fibras de papel como solução para embalagens, a crescente demanda por sustentabilidade com substituição do plástico, e o aumento do e-commerce.

"O e-commerce brasileiro está previsto para crescer em um CAGR de 10,6% no período de 2023 a 2026, alcançando R$363 bilhões em vendas", informa a empresa, acrescentando que "embalagens sustentáveis de papelão ondulado representam 80% das embalagens usadas no e-commerce".

Para atender a essa demanda crescente, a Irani apresentou seu portfólio de projetos de expansão denominado "Gaia", com investimentos de R$1,072 bilhão em energia renovável e economia circular. Entre os resultados esperados estão o aumento de 29% na produção de celulose, 56% na geração própria de energia renovável, e 23% na produção de papelão ondulado. Como parte de sua estratégia de crescimento, a empresa tem expandido suas áreas florestais com aquisições recentes no Rio Grande do Sul.

No campo ambiental, a empresa se destaca por ser balanço carbono positivo, o que significa que remove mais carbono da atmosfera do que emite. A Irani foi a primeira empresa brasileira a certificar o Inventário de Gases de Efeito Estufa conforme a ISO 14064, em 2006, e possui mais de 60 prêmios ambientais em níveis regional e nacional.

A companhia estabeleceu metas ESG para o ciclo 2021-2030, incluindo ser 100% autossuficiente em geração de energia renovável, zerar o envio de resíduos não-perigosos para aterro, e aumentar em 20% o saldo positivo entre emissões e remoções de gases de efeito estufa. Essas metas estão incorporadas ao bônus dos executivos e ao Programa Supera da empresa.

Sobre governança corporativa, a Irani destaca que atende aos mais altos padrões do Novo Mercado da B3, com seis membros no Conselho de Administração, sendo três independentes, e comitês especializados de Auditoria, Pessoas, Estratégia, Ética e Estratégia Digital. A empresa alcançou um retorno sobre o capital investido (ROIC) de 11,3% no primeiro trimestre de 2025, superando seu custo de capital de 7,4%. Este desempenho robusto permitiu à companhia distribuir dividendos de aproximadamente R$ 74,9 milhões aos seus acionistas, aprovados em assembleia recente.