A Equatorial Energia (EQTL3) anunciou nesta sexta-feira, 4 de abril de 2025, a venda de seus ativos de transmissão para a Infraestrutura e Energia Brasil S.A., subsidiária da Verene Energia S.A., uma companhia de portfólio do fundo canadense Caisse de dépôt et placement du Québec (CDPQ). Este movimento ocorre enquanto a empresa também avança em outras frentes estratégicas, como o pedido de renovação das concessões no Pará e Maranhão.

O negócio, que possui enterprise value de até R$ 9,395 bilhões, estabelece a venda da totalidade das ações da Equatorial Transmissão S.A., subsidiária integral da Equatorial e única acionista de sete SPEs de ativos de transmissão e da Equatorial Transmissora Holding S.A.

Segundo o fato relevante divulgado pela companhia, a transação considera um equity value de até R$ 5,188 bilhões na data-base de 30 de junho de 2025, valor que será corrigido pelo CDI até o efetivo fechamento do negócio, sujeito às regras de ajuste de preço previstas no contrato.

Estrutura da operação e dívida

A dívida líquida dos ativos negociados alcançava R$ 2,862 bilhões em dezembro de 2024. A dívida líquida projetada para a data-base (junho de 2025) será ajustada por efeitos do pagamento de dividendos declarados e redução de capital do caixa excedente.

Como parte da estrutura da operação, a Equatorial realizará uma reorganização societária para segregação da Echoenergia Participações S.A., Echoenergia Crescimento S.A. e Equatorial Renováveis S.A., de acordo com o perímetro definido para a transação.

Estratégia e uso dos recursos

A conclusão da operação está sujeita à aprovação de órgãos reguladores como a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e de determinados credores.

Com esta transação, a Equatorial encerra o que classificou como "um ciclo muito rentável de alocação de capital no segmento de transmissão". Os ativos vendidos foram adquiridos nos leilões de 2016 e 2017 e formam um portfólio descrito pela empresa como "representativo e de grande qualidade e rentabilidade no setor". Esta movimentação acontece após a companhia ter registrado lucro de R$ 1,5 bilhão no 4T24, demonstrando sua solidez operacional.

Os recursos obtidos com a venda poderão ser utilizados tanto para aceleração da trajetória de desalavancagem, decorrente das aquisições recentes, quanto para busca de oportunidades orgânicas e inorgânicas, além do eventual pagamento de proventos aos acionistas. A empresa já havia demonstrado seu foco na redução de alavancagem ao realizar uma amortização extraordinária de R$ 1,5 bilhão em março de 2025.

Vale destacar que a Equatorial vem fortalecendo sua estrutura de capital nos últimos meses, tendo concluído um aumento de capital com 98,87% de adesão e também aprovado outro aumento de R$ 5,6 milhões através do seu Plano de Opções.

O Banco BTG Pactual e o escritório Stocche Forbes atuaram como assessores da Equatorial na operação.