A Braskem (BRKM3, BRKM5, BRKM6) divulgou nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, esclarecimentos à B3 sobre a recente oscilação atípica registrada em seus papéis. As ações da companhia chegaram a subir mais de 11% no pregão de 26 de março, levando o regulador a questionar possíveis fatos relevantes não divulgados.

Em resposta ao Ofício B3 098/2025-SLE, a petroquímica afirmou que a volatilidade pode estar relacionada a notícias veiculadas pela mídia em 21 de março sobre o processo de venda da empresa. A companhia reforçou que não conduz eventuais negociações de compra e venda das ações de sua emissão.

A Braskem havia questionado seus principais acionistas, Novonor e Petrobras, divulgando as respostas em comunicado ao mercado em 24 de março. A Novonor informou que "não houve qualquer evolução material ou vinculante nas discussões que vem mantendo com as partes interessadas envolvendo sua participação indireta na Braskem".

Já a Petrobras esclareceu que "conduziu due diligence na Braskem para eventual exercício de tag along ou direito de preferência, na hipótese de alienação das ações detidas pela Novonor". A petroleira reiterou que "não há decisão tomada em relação à sua participação na Braskem e segue estudando alternativas".

No documento, a Braskem destacou que, para o período entre 13 e 20 de março, não tem conhecimento de qualquer ato ou fato relevante não divulgado que justifique as oscilações registradas com as ações de sua emissão.

Os papéis preferenciais da companhia (BRKM5) apresentaram valorização ainda mais expressiva, com alta de 11,54% no dia 26 de março, atingindo R$ 11,98, com volume negociado de mais de R$ 53 milhões apenas naquela data.

A petroquímica segue sendo alvo de especulações sobre possíveis mudanças em sua estrutura societária, com a Novonor (ex-Odebrecht) buscando há anos vender sua participação na empresa. Essa movimentação ocorre em um cenário desafiador para a companhia, que registrou prejuízo de R$ 5,6 bilhões no último trimestre de 2024, com alavancagem corporativa de 7,42x ao final do ano.

Apesar das especulações sobre mudanças societárias, a Braskem mantém sua agenda de investimentos, tendo recentemente aprovado um projeto de expansão de R$ 233 milhões para sua central petroquímica no Rio de Janeiro, que prevê aumento de capacidade de 220 mil toneladas de eteno por ano.