A Natura (NTCO3) anunciou nesta quinta-feira, 20 de março de 2025, um plano de reestruturação corporativa que inclui a incorporação da holding pela subsidiária Natura Cosméticos S.A. A proposta, que busca simplificar a estrutura do grupo, será submetida à votação dos acionistas em assembleia marcada para 25 de abril. Esta medida surge poucos dias após a empresa anunciar um programa de recompra de ações que autoriza a aquisição de até 3,8% do total de ações emitidas.

De acordo com o fato relevante divulgado pela companhia, a incorporação visa preparar a governança para uma nova fase com maior foco nos negócios da América Latina e no crescimento da marca Natura, que registrou aumento de 21,1% no Brasil no último trimestre. A medida dará continuidade à estratégia de simplificação iniciada em 2022.

"A incorporação resultará em uma estrutura mais eficiente e deve destravar valor para seus acionistas, especialmente ao viabilizar uma futura distribuição dos lucros da Natura Cosméticos S.A.", informou a empresa no comunicado.

Mudanças na liderança

Como parte da reestruturação, Fábio Barbosa, atual CEO da Natura &Co, deixará a função executiva e será nomeado Presidente do Conselho de Administração da Natura Cosméticos S.A. João Paulo Ferreira continuará como CEO da subsidiária e assumirá assento no novo Conselho.

Guilherme Castellan, atual CFO e Diretor de Relações com Investidores da holding, deixará a empresa para novos desafios profissionais. Sua função será assumida por Silvia Vilas Boas, que permanecerá como CFO da Natura Cosméticos e acumulará o cargo de DRI a partir de 25 de abril.

O novo Conselho de Administração continuará contando com a presença dos fundadores Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos, além de Bruno Rocha, Duda Kertesz e Gilberto Mifano. Alessandro Carlucci, ex-CEO da Natura, será integrado como novo conselheiro independente.

Avon Internacional e integração na América Latina

A Natura também informou que continua explorando alternativas estratégicas para a Avon Internacional, incluindo uma potencial venda. Este processo ocorre após a empresa encerrar o período de exclusividade com a gestora IG4, com quem negociava a venda das operações da Avon fora da América Latina. O plano de reestruturação da unidade, liderado por Kristof Neirynck, CEO da Avon, segue em implementação.

Para a América Latina, a empresa mantém o plano de integração das marcas (chamado de "Onda 2"), com conclusão prevista para 2025. A companhia ressaltou que a incorporação proposta não interfere nas estratégias das unidades de negócio.

A operação, caso aprovada, estará sujeita à aprovação da CVM para a conversão da Natura Cosméticos S.A. (atualmente emissora categoria "B") para emissora categoria "A", bem como sua listagem no Novo Mercado da B3.

Os acionistas da Natura &Co não terão direito de retirada em razão da incorporação, uma vez que as ações da companhia integram o Índice Bovespa e seus acionistas controladores detêm menos da metade da espécie ou classe de ações, atendendo aos critérios de liquidez e dispersão exigidos por lei.