A Light (LIGT3) divulgou nesta sexta-feira, 28 de março de 2025, seu relatório de resultados referente ao quarto trimestre de 2024, registrando lucro líquido consolidado de R$ 1,6 bilhão no ano fiscal. O desempenho da companhia foi impulsionado principalmente pela reestruturação de sua dívida e pela melhoria operacional.

A empresa reportou redução expressiva de 48% em sua dívida líquida, que passou a R$ 4,5 bilhões, enquanto a posição de caixa aumentou 47% na comparação anual, alcançando R$ 3,1 bilhões. A reestruturação financeira foi concluída em dezembro com a entrega dos novos instrumentos financeiros, conforme as condições aprovadas no plano de recuperação judicial.

O EBITDA ajustado da Distribuidora totalizou R$ 1,4 bilhão em 2024, valor 3,7% superior ao registrado no ano anterior. A melhora foi impulsionada principalmente pela queda nas despesas com PECLD (Provisão para Créditos de Liquidação Duvidosa), que apresentaram redução de R$ 327 milhões no ano.

"O acordo reestruturou a dívida da Companhia, reduzindo custos, alongando prazos e quitando integralmente valores devidos a credores com até R$ 30 mil a receber, preservando os pequenos investidores", destaca o documento da distribuidora de energia.

No aspecto operacional, a Light manteve os índices de DEC (duração de interrupções) e FEC (frequência de interrupções) abaixo do limite regulatório. O DEC foi de 6,74 horas, encerrando 4,5% abaixo do limite estabelecido, enquanto o FEC ficou 36% abaixo do teto regulatório.

A arrecadação total alcançou 98,7% no acumulado do ano, apresentando avanço de 1,1 ponto percentual em relação a 2023. O mercado faturado registrou crescimento de 1,3% em 2024, totalizando 25.586 GWh, impulsionado principalmente pelo maior consumo no segmento de Uso de Rede.

Os investimentos da distribuidora somaram R$ 967 milhões em 2024, aumento de 17,4% em comparação ao ano anterior, com foco na expansão e manutenção da rede. A Light também investiu em inovação, criando a Light Conecta, subsidiária dedicada às operações de campo que internalizou equipes para execução de atividades críticas.

A companhia segue acompanhando as discussões sobre a renovação do contrato de concessão e destacou estar otimista em relação a um desfecho positivo. Este otimismo vem um dia após a empresa protocolar formalmente o pedido de prorrogação junto à ANEEL e ao Ministério de Minas e Energia. Alexandre Nogueira, CEO da empresa, ressaltou que "estamos no caminho certo, de renovação da concessão e conclusão da Recuperação Judicial. Ao final desse processo, um novo ciclo se iniciará".