A SLC Agrícola (SLCE3) divulgou nesta quarta-feira, 12 de março de 2025, seus resultados financeiros do quarto trimestre e do ano fiscal de 2024, reportando um lucro líquido de R$ 481,7 milhões, valor 48,6% inferior ao registrado em 2023. A receita líquida da companhia atingiu R$ 6,9 bilhões, representando uma queda de 4,4% em relação ao ano anterior.

Apesar dos resultados inferiores ao período comparativo, a empresa destacou o volume recorde de algodão faturado em 2024, que alcançou 364 mil toneladas, um crescimento expressivo de 52% em comparação com o ano anterior. A companhia também reportou EBITDA Ajustado de R$ 2,0 bilhões, com margem de 29,4%, redução de 8,1 pontos percentuais frente a 2023.

Um dos fatores que impactaram negativamente os resultados foi a baixa produtividade da safra 2023/24 de soja, que atingiu 3.264 kg/ha, 17,5% inferior ao orçado, consequência da menor precipitação pluviométrica, especialmente no oeste do Mato Grosso, de outubro a dezembro de 2023.

"O ano de 2024 foi marcado pelo aumento da área plantada potencial em mais de 60 mil hectares para a safra 2024/25. Nesta safra, deveremos atingir 731 mil hectares plantados, um crescimento de 10,6% em relação à safra 2023/24", informou a empresa em comunicado. Esta expansão segue a estratégia de crescimento asset light que a companhia vem implementando nos últimos anos.

Em relação aos investimentos, a SLC Agrícola destacou o CAPEX recorde de R$ 1,1 bilhão em 2024, direcionado principalmente para dar suporte ao crescimento da área plantada. Os recursos foram alocados em máquinas, equipamentos, correção de solo e obras, incluindo a ampliação de 3.161 hectares em irrigação na fazenda Piratini.

Para 2025, a empresa anunciou, em fato relevante divulgado em 6 de março, a aquisição da Sierentz Agro Brasil por USD 135 milhões. A operação envolve aproximadamente 96 mil hectares físicos de áreas arrendadas, das quais a SLC Agrícola vai operar 63 mil hectares (cerca de 100 mil hectares de área plantada).

A administração propôs a distribuição de dividendos correspondente a 50% do lucro líquido da controladora no exercício social de 2024, totalizando R$ 241,0 milhões a serem pagos em maio de 2025.

No quarto trimestre, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 51,3 milhões, uma redução de 66,4% em relação ao mesmo período de 2023, quando havia reportado prejuízo de R$ 153 milhões. A receita líquida trimestral cresceu 3,0%, alcançando R$ 1,97 bilhão.

O documento também destaca as conquistas em ESG, incluindo os selos GPTW (Great Place to Work) para o Agro e Rio Grande do Sul, o selo Mental Health e a ampliação das áreas certificadas em práticas de agricultura regenerativa, que somam 137 mil hectares em seis fazendas.