A Azul (AZUL4) emitiu comunicado ao mercado nesta sexta-feira, 16 de maio de 2025, esclarecendo notícias veiculadas na mídia sobre possível pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. O esclarecimento veio em resposta a um ofício da B3 relacionado a reportagem publicada pelo jornal Broadcast da Agência Estado.

A notícia, publicada em 15 de maio, afirmava que a companhia aérea estaria considerando o mecanismo do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA) como uma das opções para resolver sua dívida estimada em R$ 35 bilhões, diante da piora em sua situação financeira.

Em seu comunicado, a Azul afirmou que "no curso ordinário de sua gestão financeira e estratégica, monitora constantemente alternativas que possam contribuir para o fortalecimento de sua estrutura de capital e preservação de liquidez, com foco na sustentabilidade de longo prazo de suas operações".

Tentativas anteriores de reestruturação

A empresa também mencionou dificuldades enfrentadas em captações recentes. Segundo a notícia destacada pela B3, em um follow-on realizado em abril para troca obrigatória de dívida em dólar por ações, do lote extra reservado ao mercado de R$ 1,6 bilhão, apenas R$ 48 milhões foram efetivamente colocados. Este follow-on fez parte de uma oferta pública que captou R$ 1,66 bilhão com a emissão de 464 milhões de novas ações preferenciais.

A companhia aérea destacou que, conforme seu Release de Resultados Trimestrais divulgado em 14 de maio de 2025, entende ter realizado "progressos significativos na redução de sua dívida e alavancagem". A empresa informou ainda que continua em discussões com parceiros para otimizar sua estrutura de capital e posição de liquidez, após já ter conseguido captar R$ 600 milhões em financiamento adicional em abril deste ano.

A Azul reforçou que segue conduzindo suas atividades de forma regular, mantendo atenção ao cumprimento de suas obrigações e à excelência de seus serviços, além de manter diálogo construtivo com seus principais stakeholders. Esses esforços ocorrem em um contexto desafiador, especialmente após a empresa ter seu rating de crédito rebaixado pela Fitch de "CCC" para "CCC-" no início de maio.

O comunicado finalizou com o compromisso de manter acionistas e mercado informados sobre qualquer eventual conclusão desse diálogo e qualquer outro fato ou informação relevante, conforme a regulamentação aplicável.