A Randon (RAPT3, RAPT4) divulgou nesta quinta-feira, 10 de abril de 2025, suas projeções financeiras e operacionais para o ano de 2025. A fabricante de implementos rodoviários e autopeças estima receita líquida consolidada entre R$ 13 bilhões e R$ 14,5 bilhões, representando suas expectativas após análise do cenário macroeconômico doméstico e internacional.

No mercado externo, a companhia projeta receitas entre US$ 730 milhões e US$ 770 milhões, valores que consideram tanto as exportações a partir do Brasil quanto as operações internacionais. A margem EBITDA deve ficar entre 13% e 15%, já ajustada por eventos não-recorrentes.

Para investimentos, a Randon planeja aportar entre R$ 440 milhões e R$ 500 milhões em 2025, exclusivamente em projetos orgânicos, contemplando manutenção de ativos, aumento de capacidade e conclusão de novas fábricas. O valor não considera integralizações de capital e investimentos não-orgânicos, como o recente aporte de R$ 320 milhões em suas operações financeiras.

A empresa destacou que o crescimento das receitas será impulsionado principalmente pelo aumento das vendas no segmento de reposição para veículos pesados e leves, tanto no mercado nacional quanto internacional. O volume de autopeças para montadoras (OEMs) deve se manter em bom nível, com estabilidade no mercado de veículos comerciais.

O destaque negativo nas projeções vem da demanda de semirreboques e caminhões do agronegócio, que deve ser impactada pelo cenário macroeconômico adverso, mesmo com expectativa de safra recorde. Por outro lado, a companhia contará com receitas adicionais dos novos negócios realizados recentemente, incluindo aquisições e novas unidades fabris.

No mercado internacional, a Randon espera aumento das vendas para a América do Norte, especialmente pela demanda de autopeças e semirreboques nos Estados Unidos. A empresa também projeta ampliação das receitas com suas operações no México (Dacomsa), Reino Unido (EBS) e Estados Unidos (AXN), além de recuperação gradativa de volumes na América do Sul. Essa perspectiva positiva se apoia no desempenho recorde do 4T24 e na alta de 30,9% na receita registrada nos primeiros meses de 2025.

Na composição da margem EBITDA, a empresa cita níveis adequados de preços de peças, impacto moderado da inflação de custos e captura de sinergias de novos negócios. Como fatores negativos, menciona o mix desfavorável para semirreboques no Brasil e aumento das despesas administrativas para integração de empresas adquiridas.

A Randon ressaltou que as projeções estão sujeitas a riscos e incertezas, podendo ser revisadas caso ocorram alterações significativas nas premissas utilizadas. Vale destacar que estas projeções são apresentadas em um contexto de importantes mudanças na governança da companhia, com Daniel R. Randon retornando ao cargo de CEO a partir de setembro de 2025.