A GOL Linhas Aéreas Inteligentes (GOLL3, GOLL4) anunciou nesta segunda-feira, 7 de abril de 2025, a conclusão das negociações com a Boeing após aprovação pelo Tribunal do U.S. Bankruptcy Court for the Southern District of New York. Os acordos representam um marco importante no processo de reestruturação financeira da companhia sob o Chapter 11.

Segundo o fato relevante divulgado, a série de acordos firmados com a fabricante americana proporcionará "benefícios significativos" para a companhia aérea brasileira. Atualmente, a GOL possui pedidos para 91 aeronaves Boeing 737 MAX em sua carteira de encomendas.

A conclusão dessas negociações, aliada à Transação Tributária previamente anunciada, permitirá um aumento mínimo de US$ 235 milhões na distribuição de capital aos credores quirografários gerais, conforme previsto no plano de reestruturação do processo de Chapter 11.

De acordo com o comunicado, a GOL reduzirá significativamente seu endividamento, convertendo em capital ou extinguindo aproximadamente US$ 1,7 bilhão de sua dívida financiada anterior ao início do procedimento judicial. Adicionalmente, até US$ 850 milhões em outras obrigações também serão reestruturados.

A companhia alertou seus investidores que a conversão de dívida em capital será realizada com base no valor econômico das ações antes da conversão, o que deverá resultar em diluição substancial das ações de emissão da GOL atualmente existentes, respeitando os direitos de preferência dos acionistas previstos na legislação brasileira.

A GOL integra o Grupo Abra e opera uma frota padronizada de 138 aeronaves Boeing 737. A empresa mantém alianças estratégicas com a American Airlines e a Air France-KLM, além de mais de 60 acordos de codeshare e interline para conexões globais.

O processo de reestruturação financeira da GOL é acompanhado com atenção pelo mercado, uma vez que a companhia busca reequilibrar suas finanças após registrar prejuízo de R$ 5,1 bilhões no quarto trimestre de 2024 e garantir financiamento de US$ 1,25 bilhão para viabilizar sua saída do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos. Recentemente, a empresa também passou por mudanças em sua diretoria financeira, com a renúncia de seu CFO.