A Viveo (VVEO3) divulgou nesta quinta-feira, 27 de março de 2025, seu balanço financeiro do quarto trimestre e do ano de 2024, reportando prejuízo líquido ajustado de R$ 90,4 milhões no ano, revertendo o lucro de R$ 253,1 milhões registrado em 2023.

A receita líquida da companhia totalizou R$ 11,58 bilhões em 2024, representando um crescimento de 4,5% em comparação ao ano anterior. No quarto trimestre, a receita alcançou R$ 2,93 bilhões, aumento de 1,1% frente ao mesmo período de 2023.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado da empresa somou R$ 652 milhões em 2024, queda expressiva de 29,7% em relação a 2023. A margem EBITDA ajustada recuou de 8,4% para 5,6% no período.

No quarto trimestre, o EBITDA ajustado foi de R$ 164 milhões, 19% menor que o registrado no mesmo período do ano anterior, com margem de 5,6%, retração de 1,4 ponto percentual.

Segundo a companhia, o desempenho foi impactado por eventos não recorrentes relacionados a processos de integração das mais de 25 aquisições realizadas desde 2017, incluindo empresas como a Cremer, subsidiária do grupo que atua no setor de produtos médico-hospitalares.

"O ano de 2024 foi desafiador, porém desenhamos um plano robusto de virada que segue em forte execução", afirmou Leonardo Byrro, diretor presidente da Viveo, na carta aos acionistas que acompanha o resultado.

Em termos operacionais, a empresa gerou R$ 206,2 milhões de caixa livre em 2024, revertendo o consumo de R$ 892,5 milhões registrado em 2023. O ciclo de caixa foi reduzido para 52 dias no quarto trimestre, queda de 11 dias em relação ao mesmo período do ano anterior.

O índice de alavancagem, medido pela relação entre dívida líquida e EBITDA ajustado, ficou em 4,28 vezes ao final de 2024. A empresa informou que conquistou flexibilização dos covenants (cláusulas contratuais) de suas debêntures.

Para 2025, a Viveo adotou uma estratégia com foco em otimizar seu ecossistema, reduzir despesas fixas, priorizar a conversão de EBITDA em caixa e avançar no processo de desalavancagem financeira. Diferentemente dos últimos seis anos, a empresa afirma ter eliminado a pressão por crescimento para garantir vendas e negócios mais rentáveis. Vale ressaltar que, conforme comunicado recente, a companhia não tem planos de vender ativos como a Cremer, mantendo o foco na otimização de seu portfólio atual.