A Tupy (TUPY3) divulgou na quinta-feira, 27 de março de 2025, seus resultados financeiros de 2024, reportando lucro líquido de R$ 82 milhões, queda de 84,1% em comparação aos R$ 517 milhões registrados em 2023. Apesar da redução no resultado final, a empresa alcançou o maior EBITDA e a maior geração de caixa operacional de sua história.

A receita líquida totalizou R$ 10,7 bilhões em 2024, representando queda de 6,2% em relação ao ano anterior. Segundo a companhia, a depreciação do Real e o crescimento de 17% da receita da MWM mitigaram o impacto da redução de aproximadamente 20% do volume físico de vendas, decorrente da menor demanda por veículos comerciais e aplicações off-road no mercado externo.

O EBITDA Ajustado atingiu R$ 1,3 bilhão, crescimento de 2,3% em comparação a 2023, com margem de 12,1% (versus 11,1% no ano anterior). A empresa atribuiu esse desempenho aos ganhos de eficiência operacional e ao cenário cambial favorável durante o período.

O resultado líquido foi impactado principalmente pelo impairment de ativos no montante de R$ 250 milhões, sem efeito caixa, decorrente de iniciativas de realocação da produção para linhas mais eficientes, e pelo resultado negativo de operações de hedge, no valor de R$ 178 milhões.

A Tupy destacou que a margem do negócio tradicional atingiu 13%, próxima à do período anterior às aquisições (14%), apesar da queda dos volumes e de projetos de sinergias ainda não finalizados. Já a margem da MWM foi de 8%, contra 6% no período anterior à aquisição.

A geração de caixa operacional registrou valor recorde de R$ 1,4 bilhão, resultado de iniciativas de eficiência operacional, gestão do capital de giro, cenário cambial favorável e desempenho da operação da MWM.

A empresa encerrou o período com endividamento líquido de R$ 2,3 bilhões, o que representa uma relação dívida líquida/EBITDA Ajustado de 1,81x, patamar considerado confortável pela administração.

Em termos de remuneração aos acionistas, a Tupy anunciou juros sobre capital próprio no montante de R$ 190 milhões referentes ao exercício de 2024 e recompra de ações no valor de R$ 173 milhões, representando um dividend yield de aproximadamente 6%.

Para 2025, a companhia projeta uma recuperação das vendas a partir do segundo semestre, com a conclusão de projetos de eficiência operacional que devem gerar redução de custos superior a R$ 150 milhões ao ano. A expectativa de melhoria nos resultados é reforçada pelos novos contratos anunciados recentemente com duas grandes montadoras do setor de veículos comerciais extrapesados, que devem gerar receitas anuais de R$ 250 milhões quando atingirem seu potencial máximo.

Vale destacar que a divulgação dos resultados ocorre em um momento de transição na liderança da empresa, já que o conselho de administração anunciou que Rafael Lucchesi assumirá a presidência a partir de 1º de maio de 2025, substituindo o atual CEO Fernando Cestari de Rizzo, após um processo de sucessão que envolveu a avaliação de candidatos sugeridos pelos principais acionistas.