A Brava Energia (BRAV3) anunciou nesta segunda-feira, 17 de março de 2025, a obtenção de waiver (anuência prévia) junto aos detentores de debêntures para alterar temporariamente o limite máximo do índice financeiro Dívida Financeira Líquida/EBITDA e modificar a moeda de cálculo para dólares norte-americanos.

De acordo com o fato relevante divulgado pela companhia, a aprovação ocorreu em Assembleias Gerais de Debenturistas (AGDs) realizadas nos dias 11 e 14 de março. A alteração do índice financeiro será válida até o cálculo decorrente do terceiro trimestre de 2025, inclusive. Vale destacar que no dia 11 de março, a empresa também anunciou a substituição de sua auditoria independente, com a contratação da Ernst & Young em substituição à KPMG.

As aprovações abrangem múltiplas emissões relacionadas ao grupo empresarial, incluindo a 4ª Emissão da 3R Potiguar, as 3ª e 4ª Emissões da própria Brava (atual denominação da 3R Petroleum Óleo e Gás S.A.), além das 3ª e 4ª Emissões da Enauta Participações S.A., empresa sucedida pela Brava.

A companhia não detalhou no comunicado quais serão os novos limites do índice financeiro nem as contrapartidas oferecidas aos debenturistas pela flexibilização. A empresa informou apenas que a aprovação foi concedida "mediante contrapartidas e condições estabelecidas nas deliberações das respectivas AGDs".

A modificação na forma de cálculo, passando a utilizar o dólar norte-americano como referência, ocorrerá conforme prazos estabelecidos nos respectivos editais de convocação das assembleias, segundo o documento. Esta mudança acontece em um momento estratégico para a empresa, que recentemente firmou contrato com a Shell para comercialização de óleo do campo de Atlanta e atingiu produção recorde de 73.854 barris de óleo equivalente por dia em fevereiro.

No comunicado, a Brava reforçou seu compromisso com a transparência e as melhores práticas de governança corporativa, assegurando que continuará mantendo seus investidores e o mercado devidamente informados, em conformidade com a legislação vigente.

A flexibilização de covenants financeiros (cláusulas contratuais restritivas) é uma prática que pode indicar necessidade de ajustes na estrutura de capital da empresa ou adaptação a novos cenários de mercado. Este movimento ocorre enquanto a companhia avança em sua estratégia de otimização de portfólio, que inclui a limitação da venda de ativos onshore apenas à Bahia, além de recentes mudanças em sua base acionária, com o Goldman Sachs reduzindo sua participação para 5,03% das ações. O documento foi assinado por Rodrigo Pizarro, Diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia.