A Natura &Co (NTCO3) reportou um prejuízo líquido de R$ 151 milhões no primeiro trimestre de 2025, uma redução de 83,9% em comparação aos R$ 935 milhões negativos registrados no mesmo período do ano anterior. A receita líquida consolidada somou R$ 6,7 bilhões, aumento de 45,8% em relação ao 1T24, conforme divulgado pela companhia nesta segunda-feira, 12 de maio de 2025.

A receita líquida da América Latina cresceu 12,2% em moeda constante (4,1% excluindo Argentina), impulsionada pelo forte desempenho da marca Natura nos mercados hispânicos e pelo crescimento de um dígito alto no Brasil. O resultado foi parcialmente compensado pelo desempenho abaixo do esperado da marca Avon e da categoria Casa & Estilo.

A margem EBITDA recorrente da Natura &Co Latam alcançou 15% no trimestre, apresentando melhora significativa em relação aos 9,6% registrados no 4T24 e aumento de 50 pontos-base na comparação anual. Este resultado inclui contribuição de 110 pontos-base de itens não-operacionais relacionados a seguros e impostos.

"Após um quarto trimestre de 2024 complexo, a Natura &Co Latam evoluiu em sua trajetória de melhora da rentabilidade da Onda 2", destacou a administração da companhia no relatório de resultados. A implementação da Onda 2 deve ser concluída no segundo trimestre no México e no terceiro trimestre na Argentina.

O EBITDA recorrente consolidado somou R$ 790 milhões, com margem de 11,8%, redução de 140 pontos-base em relação ao ano anterior, principalmente devido à reconsolidação da Avon International. As despesas corporativas caíram 55% na comparação anual, refletindo as etapas finais de simplificação da estrutura antes da fusão com a Natura Cosméticos.

A dívida líquida da companhia encerrou o trimestre em R$ 2,9 bilhões, elevação em relação aos R$ 2,4 bilhões do trimestre anterior. O fluxo de caixa livre para a empresa consumiu R$ 531 milhões no período, com a Natura &Co Latam liberando R$ 185 milhões, mas a Avon International explicando grande parte do consumo de caixa.

Em função do fraco desempenho da Avon International, a empresa anunciou uma drástica redução no número de funcionários, afetando cerca de 1.100 pessoas ou 25% do total da equipe, além de ações agressivas de corte de custos. A companhia também informou que continua avaliando oportunidades estratégicas para a Avon International, incluindo um potencial desinvestimento.

A ação NTCO3 encerrou o primeiro trimestre cotada a R$ 9,99 na B3, queda de 21,7% no período. Em 31 de março de 2025, o valor de mercado da companhia era de R$ 13,9 bilhões. Recentemente, a empresa viu a BlackRock aumentar sua participação para 5,032% das ações, alguns meses após a gestora Baillie Gifford também ultrapassar 5% de participação na companhia.