A Hidrovias do Brasil (HBSA3), empresa de soluções logísticas com foco no modal hidroviário, reportou nesta segunda-feira, 5 de maio de 2025, lucro líquido de R$ 23 milhões no primeiro trimestre de 2025, revertendo o prejuízo de R$ 71 milhões registrado no mesmo período do ano anterior.

A receita operacional líquida atingiu R$ 555 milhões, um aumento de 23% em relação ao 1T24, enquanto o EBITDA Ajustado recorrente totalizou R$ 256 milhões, representando um crescimento de 54% na comparação anual.

O desempenho foi impulsionado principalmente pela melhoria nas condições de navegação no Corredor Sul, que apresentou crescimento expressivo de 54% no volume total transportado, atingindo 1.085 mil toneladas. O segmento registrou EBITDA Ajustado recorrente de R$ 92 milhões, revertendo resultado negativo de R$ 11 milhões no primeiro trimestre de 2024.

"A recuperação das condições de navegação na Hidrovia Paraná-Paraguai, fruto dos avanços de dragagens e derrocagens, contribuiu para o aumento do volume de minério de ferro movimentado no período", informou a companhia no relatório de resultados.

O Corredor Norte, apesar do atraso na colheita de soja, manteve seu calado normalizado e registrou EBITDA Ajustado recorrente de R$ 152 milhões, com queda de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior. A redução foi parcialmente compensada por maior ajuste tarifário.

A empresa também anunciou a venda da operação de Navegação Costeira para a Norsul por R$ 715 milhões, sendo R$ 195 milhões referentes ao valor do patrimônio (equity value) e R$ 521 milhões correspondentes ao saldo de dívida. Esta venda da operação de cabotagem reforça o foco estratégico da companhia e contribuirá para a redução da alavancagem financeira.

A Hidrovias do Brasil aprovou um aumento de capital de até R$ 1,2 bilhão, com foco em investimentos no Corredor Norte, desalavancagem e geração de valor aos acionistas. Deste montante, a empresa já captou R$ 1,17 bilhão durante o período de preferência e, mais recentemente, obteve R$ 22,2 milhões adicionais na subscrição de sobras. A conclusão da operação está prevista para o segundo trimestre de 2025.

A alavancagem ao final do primeiro trimestre foi de 5,9x, uma redução em relação aos 7,0x registrados no quarto trimestre de 2024, refletindo principalmente a recuperação do EBITDA. A dívida líquida encerrou o período em R$ 3,9 bilhões, 4% menor que no trimestre anterior.

No período, a companhia realizou investimentos de R$ 117 milhões, refletindo os efeitos de docagem do HB Tucunaré na operação de Navegação Costeira e investimentos em projetos modulares de expansão no Corredor Norte.

A recuperação nos resultados da Hidrovias do Brasil, que tem a Alaska Investimentos como detentora de 25,08% de seu capital, representa um importante avanço após a empresa ter registrado prejuízo de R$ 622 milhões em 2024.