Azul (AZUL4) lança oferta subsequente de até US$ 700 milhões
Companhia aérea inicia hoje processo de follow-on com oferta base de US$ 275 milhões, incluindo bônus de subscrição como parte da reestruturação de capital

A Azul (AZUL4) anunciou na segunda-feira, 14 de abril de 2025, o lançamento de sua oferta subsequente de ações (follow-on) que poderá movimentar até US$ 700 milhões, considerando a oferta base e o hot issue. A companhia iniciou hoje o período de roadshow para apresentação da oferta a potenciais investidores.
De acordo com o documento divulgado pela empresa, a oferta base totaliza aproximadamente US$ 275 milhões, já subscritos pela Azul Secured Finance ao preço de R$ 3,58 por ação preferencial. A oferta poderá ser ampliada em até US$ 425 milhões adicionais através do mecanismo de hot issue, dependendo da demanda do mercado.
Um dos destaques da operação é a emissão de bônus de subscrição, sendo que cada ação adquirida durante a oferta dará direito a um bônus exercível em 18 meses. A precificação está programada para 23 de abril, com liquidação prevista para 28 de abril.
A captação faz parte do plano de reestruturação financeira da Azul, que busca reduzir significativamente sua dívida bruta. Segundo a apresentação, a companhia conseguirá diminuir seus empréstimos, financiamentos e outros passivos de R$ 19 bilhões para R$ 12,8 bilhões após a conclusão do processo. Esta movimentação acontece após a empresa homologar um aumento de capital e em sequência à avaliação anterior de uma oferta de ações de até R$ 1 bilhão.
Entre as principais medidas da reestruturação está a equitização de US$ 556 milhões de dívidas com lessores e fabricantes de aeronaves (OEMs) em 96 milhões de ações preferenciais. Além disso, US$ 785 milhões das notas com vencimento em 2029 e 2030 serão equitizados. A companhia já havia definido anteriormente a emissão de ações para arrendadores no valor de US$525 milhões.
A companhia aérea utilizará os recursos captados para fins corporativos gerais e para fortalecer sua estrutura de capital. O período de lock-up será de 90 dias para a empresa e seus executivos.
A operação está sendo coordenada pelo UBS BB (coordenador líder), BTG Pactual e Citigroup. A oferta será registrada no Brasil sob o rito automático da Resolução CVM 160, com colocação privada para investidores qualificados nos Estados Unidos.
Na documentação, a Azul destaca seu posicionamento no mercado brasileiro como a única companhia aérea operando em 81% de suas rotas e líder em 89% das rotas onde atua. Com 160 destinos domésticos, a empresa atende o dobro de localidades em comparação ao seu principal concorrente, além de operar 980 voos diários.
Os números apresentados mostram que a Azul teve um crescimento anual composto (CAGR) de receita de 25,1% entre 2021 e 2024, demonstrando recuperação após os impactos da pandemia no setor de aviação. Vale lembrar que a empresa vem implementando uma série de medidas para melhorar sua estrutura financeira, tendo inclusive mantido seu rating Caa2 pela Moody's durante este processo de reestruturação.
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