A AgroGalaxy (AGXY3) divulgou nesta terça-feira, 22 de abril de 2025, seus resultados financeiros referentes ao quarto trimestre e ao ano fiscal de 2024, reportando um prejuízo líquido ajustado de R$ 2,5 bilhões no período. O desempenho reflete os impactos do processo de recuperação judicial iniciado pela empresa.

A receita líquida da companhia totalizou R$ 4,6 bilhões em 2024, representando uma queda expressiva de 50,9% em comparação ao ano anterior. No segmento de insumos, a retração foi ainda mais acentuada, com redução de 59,9%, enquanto a receita de grãos diminuiu 39,1%.

O EBITDA ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 1,6 bilhão no ano, revertendo o resultado positivo de R$ 342,2 milhões registrado em 2023. A margem EBITDA ajustada despencou para -35,2%, uma deterioração de 38,8 pontos percentuais.

No quarto trimestre de 2024, a situação também foi crítica, com receita líquida de R$ 741 milhões, 69,3% inferior ao mesmo período do ano anterior. O EBITDA ajustado trimestral ficou negativo em R$ 206,3 milhões, contra um resultado positivo de R$ 281,7 milhões no 4T23.

Um destaque positivo foi a aprovação do Plano de Recuperação Judicial da empresa, ocorrida em 10 de abril, com apoio expressivo de 82,4% dos credores votantes. O plano prevê condições específicas para "credores parceiros" que apoiarem a reestruturação, com pagamento integral, sem deságio, a ser iniciado após dois anos de carência e prazo total de dez anos para quitação.

"O ano de 2024 marcou um capítulo importante na trajetória do AgroGalaxy. A aprovação do plano de Recuperação Judicial reafirma nosso compromisso com a transparência e a retomada de uma das maiores revendas de insumos agrícolas no país", declarou Eron Martins, presidente da companhia.

A dívida líquida ajustada da AgroGalaxy alcançou R$ 1,7 bilhão ao final de 2024, representando um aumento de 24% em relação ao mesmo período de 2023. Como parte da estratégia de reestruturação, a empresa realizou uma redistribuição de atividades e reduziu sua operação para 65 lojas, 14 silos e 1 unidade de sementes.

A companhia também anunciou uma proposta vinculante para a venda de créditos inadimplidos que totalizam cerca de R$ 683 milhões, estratégia que visa reforçar sua liquidez. Além disso, informou que realizará um grupamento de ações na proporção de 15:1, resultando em 16.969.571 ações ordinárias após a conclusão do processo, prevista para 5 de maio de 2025.