A Fertilizantes Heringer (FHER3) anunciou nesta segunda-feira, 24 de março de 2025, prejuízo líquido de R$ 1,15 bilhão em 2024, representando um aumento de 219,9% em comparação aos R$ 361 milhões negativos registrados em 2023. A companhia atribuiu o resultado principalmente à desvalorização cambial de cerca de 28% do real frente ao dólar durante o período.

A receita líquida da fabricante de fertilizantes totalizou R$ 4,6 bilhões em 2024, uma redução de 13,6% em relação aos R$ 5,3 bilhões obtidos no ano anterior. Segundo a empresa, a queda está relacionada à diminuição de 8,1% no volume entregue, que passou de 2,29 milhões de toneladas em 2023 para 2,10 milhões de toneladas em 2024.

O EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi negativo em R$ 192,1 milhões, mostrando uma recuperação de 40,3% em comparação ao resultado negativo de R$ 322,1 milhões em 2023. A empresa destacou que, apesar da melhora nas margens de vendas, o desempenho ainda não foi suficiente para reverter o EBITDA negativo.

No quarto trimestre de 2024, a companhia registrou prejuízo líquido de R$ 658,5 milhões, contra resultado negativo de R$ 31,5 milhões no mesmo período do ano anterior. A receita líquida no 4T24 foi de R$ 1,3 bilhão, apresentando retração de 2,9% em relação ao 4T23.

A redução no volume de entregas no último trimestre foi justificada pela empresa como resultado do foco em rentabilidade e aversão a risco de crédito. Adicionalmente, a Heringer mencionou postergações no mercado de soja e milho, além de dificuldades no sistema logístico que ocasionaram atrasos parciais nas entregas da segunda safra para o primeiro semestre de 2025.

A companhia destacou em seu relatório uma mudança estratégica no mix de produtos, com maior foco na diferenciação e diversificação do portfólio de produtos premium, visando maior rentabilidade. O volume de produtos premium cresceu significativamente, passando de 84 mil toneladas em 2023 para 287 mil toneladas em 2024.

A Heringer encerrou 2024 com disponibilidades de caixa no valor de R$ 98,4 milhões, um aumento em relação aos R$ 40,9 milhões registrados no final de 2023. Para 2025, a empresa projeta um cenário favorável, citando a expectativa de safra recorde de cerca de 328,3 milhões de toneladas no Brasil, conforme o 6º levantamento da CONAB divulgado em março.

Vale ressaltar que estes resultados são divulgados em um contexto de oscilações atípicas nas ações da companhia, que foram objeto de questionamento pela B3 no início de fevereiro de 2025.