Mobly (MBLY3) rejeita proposta de aquisição com desconto de 51%
Família Dubrule ofereceu valor muito abaixo da cotação atual e do valor patrimonial; administração considera proposta inviável

A Mobly (MBLY3) informou ao mercado, em fato relevante divulgado nesta quarta-feira, 5 de março de 2025, que considera inviável a proposta de aquisição recebida da Família Dubrule, que pretendia lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) para assumir o controle da companhia.
O conselho de administração e a diretoria da varejista de móveis online analisaram a carta de intenções enviada em 28 de fevereiro pelos Srs. Régis Edouard Alain Dubrule, Ghislaine Thérèse de Vaulx Dubrule, e Paul Jean Marie Dubrule, concluindo que o preço ofertado representa um desconto expressivo em relação ao valor de mercado.
Segundo o documento, o preço por ação proposto de R$ 0,68 representa um desconto de 51% sobre a cotação de fechamento do pregão do dia 28 de fevereiro (R$1,39) e de 53% sobre o preço médio ponderado dos últimos 30 pregões (R$1,44).
O deságio é ainda maior quando comparado ao valor patrimonial: 82% abaixo do valor por ação em 30 de setembro de 2024 (R$3,87) e 83% inferior ao valor patrimonial por ação de junho de 2024 (R$4,08), utilizado como parâmetro no último aumento de capital da companhia.
A administração da Mobly destacou outros fatores que comprometem a viabilidade da proposta. Acionistas que representam 40,6% do capital social já manifestaram desinteresse em alienar suas ações nos termos sugeridos e indicaram intenção de votar contra a exclusão da cláusula estatutária que exige OPA quando um acionista atinge participação superior a 20%.
"Não seria possível à Família Dubrule adquirir a participação mínima de 85.000.000 de ações ordinárias de emissão da Companhia (correspondente a 69,2% do capital total) indicada na Proposta, mesmo se a OPA viesse a ser lançada", afirmou a empresa no comunicado.
A Mobly também desmentiu rumores sobre possível capitalização, afirmando que "não há planos para capitalização da Companhia neste momento" e que segue focada em sua estratégia de negócios e na captura de sinergias da aquisição da Tok&Stok, empresa fundada pela família Dubrule que manifestou interesse em promover uma futura incorporação de ações.
O Conselho de Administração deliberou que se manifestará oficialmente sobre o mérito de qualquer potencial OPA apenas se e quando um edital for publicado, seguindo a regulamentação aplicável e o Estatuto Social da empresa.
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