A Oncoclínicas (ONCO3) informou nesta terça-feira, 11 de março de 2025, que não tem conhecimento sobre uma possível mudança em sua estrutura acionária, após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre notícia veiculada na imprensa.

O regulador solicitou esclarecimentos à companhia sobre reportagem do Estadão que apontava uma suposta tentativa da gestora Latache, especializada em ativos em situações de estresse, de adquirir o controle da empresa de saúde.

Segundo a notícia, a Latache teria feito uma proposta para adquirir a participação de 20,76% detida pelo Goldman Sachs na Oncoclínicas. A oferta, que teria sido recusada, representaria um ágio de mais de 70% sobre o valor das ações negociadas em dezembro passado.

Em seu comunicado, a companhia afirmou que "não tem condições de opinar sobre a veracidade ou não das informações contidas na notícia, por não ter ciência e tampouco ter sido envolvida em quaisquer eventuais discussões relacionadas a tais informações".

A reportagem também mencionava que a Latache, que já possui 10,19% das ações da Oncoclínicas após aumentar sua participação em fevereiro, estaria disposta a realizar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) caso conseguisse aumentar sua participação acima de 15%, limite estabelecido pela cláusula de poison pill no estatuto social da empresa.

Vale lembrar que a Latache vem progressivamente aumentando sua posição acionária na empresa, tendo atingido 6,84% do capital social inicialmente através dos fundos ARCL II e Nova Almeida, o que contribuiu para uma forte valorização das ações da companhia.

Outro ponto abordado na notícia era uma possível operação de "total return swap" que estaria sendo estruturada pelo Goldman Sachs para afastar seu nome da sociedade, mantendo apenas exposição econômica às ações.

A Oncoclínicas ressaltou que já havia divulgado comunicados ao mercado sobre a participação acionária dos fundos geridos pela Latache, e que manterá seus acionistas e o mercado devidamente informados sobre eventuais desenvolvimentos relevantes sobre o assunto.

Esta movimentação ocorre em um período de mudanças para a empresa, que recentemente anunciou a recompra de debêntures no valor de até R$75 milhões, como parte de sua estratégia de gestão do perfil de endividamento.