A Cosan (CSAN3) divulgou nesta quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025, seus resultados financeiros preliminares não auditados referentes ao quarto trimestre de 2024, reportando prejuízo líquido de R$ 1,6 bilhão, revertendo o lucro de R$ 2,4 bilhões registrado no mesmo período de 2023.

O resultado foi fortemente impactado pelo registro de impairment contábil do investimento na Vale em dezembro de 2024, no valor de R$ 4,7 bilhões, relacionado à alienação da participação de 4,05% da companhia na mineradora, concluída em janeiro de 2025. Segundo o comunicado, o impacto negativo total no resultado líquido da Cosan chegou a R$ 5,1 bilhões.

O EBITDA sob gestão somou R$ 7,6 bilhões no trimestre, representando queda de 16% em comparação aos R$ 9,0 bilhões do 4T23. No acumulado do ano, o indicador atingiu R$ 30,0 bilhões, redução de 6,5% frente aos R$ 32,1 bilhões registrados em 2023.

A holding encerrou dezembro com dívida líquida de R$ 23,5 bilhões, aumento de 8,3% em relação aos R$ 21,7 bilhões reportados no trimestre anterior. O Índice de Cobertura do Serviço da Dívida (ICSD) ficou em 1,1x, ligeiramente abaixo do 1,2x registrado no 3T24.

O desempenho das subsidiárias apresentou resultados mistos. A Rumo, de logística ferroviária, registrou crescimento de 2% no volume transportado e aumento de 25% na tarifa média, com ganho de 24,5 pontos percentuais em market share no Porto de Santos, elevando seu EBITDA ajustado em 38%.

A Compass, de distribuição de gás, reportou crescimento de 9% no volume distribuído e aumento de 15% no EBITDA ajustado, impulsionado pela recuperação dos volumes e evolução das operações da Edge.

Já a Raízen, joint venture de combustíveis e energia, enfrentou dificuldades com redução de 7% na moagem de cana devido ao clima mais seco e queimadas, resultando em queda de 21% no EBITDA ajustado, impactado também pelo menor resultado das operações de trading.

A Moove, de lubrificantes, apresentou queda de 5% nos volumes vendidos, mas conseguiu elevar seu EBITDA ajustado em 9%, resultado da estratégia de gestão de receita e suprimentos. A Radar, braço de gestão de terras agrícolas, reportou redução de 23% no EBITDA, com valor total do portfólio de terras avaliado em R$ 17 bilhões.

Durante o trimestre, a companhia continuou sua estratégia de gestão de portfólio, que incluiu a assinatura da venda de 50% do terminal T39, parceria com a CHS para um novo terminal em Santos, aquisição do controle da Compagas e alienação de nove fazendas ao longo de 2024.