A Gafisa (GFSA3) divulgou nesta quarta-feira, 23 de abril de 2025, esclarecimentos sobre um requerimento de falência apresentado contra a companhia na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. O comunicado foi emitido em resposta a um ofício da B3 que solicitou informações sobre notícia publicada no jornal Valor Econômico.

Segundo a construtora, o pedido de falência está relacionado a um litígio judicial preexistente, referente à rescisão de contrato de aquisição de uma unidade imobiliária já entregue há alguns anos, com valor aproximado de R$180 mil. A empresa informou que ainda não foi oficialmente citada no processo falimentar. Vale destacar que o montante em litígio representa uma fração muito pequena da capacidade financeira da empresa, que aumentou seu capital em R$ 354,8 milhões com a conversão de debêntures no mês passado.

No documento enviado à B3 e à CVM, a Gafisa afirmou estar "engajada em negociação para acordo no processo judicial que originou o crédito em referência", demonstrando confiança em uma solução negocial extrajudicial. A postura conciliatória da empresa segue a mesma linha adotada em outras disputas legais, como no caso em que obteve decisão favorável em procedimento arbitral contra o fundo ESH Theta recentemente.

A companhia classificou o pedido de falência como uma "manobra de substituição do processo de cobrança" e afirmou que, se necessário, exercerá seu "legítimo direito de defesa". A Gafisa declarou ainda que o requerimento "desrespeita de maneira categórica a própria legislação de falências".

O comunicado foi assinado pelo Diretor de Relações com Investidores da Gafisa, Carmelo Aldo Di Leta, e busca tranquilizar o mercado quanto à natureza do litígio e às medidas que estão sendo tomadas para resolver a situação. Di Leta tem sido o porta-voz da empresa em várias comunicações importantes recentemente, incluindo o anúncio de resultados financeiros positivos no último trimestre de 2024, quando a construtora registrou lucro de R$ 56 milhões.

O pedido de falência surge em um momento em que a Gafisa demonstra sinais de recuperação financeira, com questões societárias sendo resolvidas junto aos órgãos reguladores e mudanças em sua estrutura acionária.