Acionistas da Oncoclínicas (ONCO3) pedem suspensão de direitos de fundo
Gestora Latache solicita assembleia para deliberar sobre suspensão de direitos do fundo Josephina III por suposta violação de regra de OPA

A Oncoclínicas do Brasil Serviços Médicos S.A. (B3: ONCO3) informou nesta quinta-feira, 8 de maio de 2025, que recebeu notificação de dois fundos acionistas solicitando a convocação de uma assembleia geral extraordinária para deliberar sobre a suspensão dos direitos de outro acionista relevante da companhia.
Segundo o fato relevante divulgado, os fundos ARCL II Fundo de Investimento Financeiro Multimercado e Nova Almeida Fundo de Investimento Financeiro Multimercado, ambos geridos pela Latache Gestão de Recursos Ltda., solicitaram a convocação da assembleia para votar a suspensão dos direitos do Josephina III Fundo de Investimento em Participação Multiestratégia.
O pedido se baseia na alegação de que o Josephina III, veículo da gestora norte-americana Centaurus Capital LP, adquiriu ações da Oncoclínicas sem realizar a Oferta Pública de Aquisição (OPA) prevista no artigo 39 do Estatuto Social da companhia, obrigação que decorreria do atingimento de participação correspondente a 15% ou mais do capital social.
Na notificação, os fundos argumentam que o veículo Josephina III, constituído em novembro de 2024, detém hoje mais de 30% das ações da Oncoclínicas e estaria, portanto, obrigado a realizar a OPA nos termos estatutários. A suspensão seria solicitada com base no artigo 120 da Lei das S.A.
Os fundos solicitantes ainda alegam que, apesar do Josephina III e da Centaurus Capital afirmarem que já detinham posição superior a 15% antes da abertura de capital da companhia – o que os dispensaria da OPA – nenhuma documentação comprobatória foi apresentada, mesmo após questionamentos e decisões judiciais.
A disputa societária ocorre após significativas mudanças na estrutura acionária da companhia, quando em março deste ano o Goldman Sachs reestruturou sua participação de 15,79% através de instrumento derivativo e as Entidades Centaurus elevaram sua participação para 31,83%. No início de março, a Oncoclínicas havia negado conhecimento sobre possíveis mudanças em sua estrutura acionária após questionamentos da CVM sobre uma reportagem que já indicava movimentações dos principais acionistas.
A Oncoclínicas informou que seu Conselho de Administração avaliará a solicitação, observados os prazos legais e estatutários aplicáveis, e manterá o mercado informado sobre o assunto. O caso evidencia uma disputa societária que pode impactar a governança da empresa, uma das principais do setor de oncologia no país.
ONCO3: cotação e indicadoresOncoclínicas
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