A Aeris (AERI3), fabricante brasileira de pás para aerogeradores, divulgou nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025, seu resultado financeiro do primeiro trimestre de 2025, reportando prejuízo de R$ 94,5 milhões. O valor representa uma redução de 88,7% no prejuízo em comparação com o quarto trimestre de 2024, quando a empresa havia registrado perdas de R$ 833 milhões.

A receita operacional líquida atingiu R$ 210,4 milhões no período, com leve redução de 0,5% em relação ao trimestre anterior. Do total da receita, 64,2% vieram do mercado interno, enquanto o mercado externo respondeu por 11,6%, refletindo uma mudança estratégica do cliente que concentrou demanda no mercado doméstico.

O EBITDA ajustado somou R$ 11,4 milhões no primeiro trimestre, resultando em uma margem de 5,4%, um aumento de 6,2 pontos percentuais na comparação com o trimestre anterior. A empresa atribui essa melhora à estabilização das linhas em ramp-up e ganhos de eficiência operacional nos processos produtivos.

No período, a Aeris operou com apenas duas linhas de produção ativas, após desativar duas das quatro linhas que estavam operacionais no início do trimestre. A companhia reportou ter reativado em abril as duas linhas desativadas em fevereiro.

Um destaque positivo foi a conclusão da repactuação das debêntures da 1ª e 2ª emissões em 28 de março, com a extensão do prazo de vencimento para 2030 e ajustes nas condições de pagamento. A empresa também informou estar em processo de negociação para a repactuação das demais dívidas, com previsão de conclusão nas próximas semanas.

A posição de caixa ao final do trimestre era de R$ 112,7 milhões, enquanto a dívida bruta totalizava R$ 1,62 bilhão. Os investimentos no período somaram R$ 8,2 milhões, valor em linha com o orçamento trimestral da companhia.

A Aeris relatou que o potencial máximo de ordens cobertas por contratos de longo prazo foi de 6,6 GW no trimestre, refletindo o cenário desafiador que o setor eólico brasileiro enfrenta, com queda drástica nos investimentos, que segundo dados citados pela empresa, recuaram de R$ 5,6 bilhões em 2023 para R$ 1,8 bilhão em 2024. Este resultado está alinhado com as projeções conservadoras que a companhia havia apresentado para 2025.

Em sua mensagem, o CEO Alexandre Negrão destacou que, apesar do cenário adverso, a companhia continua focada em aprimorar seus processos e expandir suas fronteiras, com o objetivo de consolidar o papel da Aeris na transição energética global.