A Brisanet (BRST3) divulgou nesta segunda-feira (24) seus resultados financeiros do quarto trimestre e do ano fiscal de 2024, registrando lucro líquido de R$60,8 milhões no ano, uma queda de 65% em relação a 2023. Apesar da redução no lucro, a receita líquida cresceu 16,3%, alcançando R$1,427 bilhão.

No quarto trimestre, a companhia apresentou EBITDA Ajustado de R$163,1 milhões, com margem de 43%, representando um aumento de 1,6 ponto percentual em relação ao trimestre anterior. A receita líquida do período foi de R$382,2 milhões, 23% superior ao mesmo período de 2023.

O menor resultado no lucro líquido foi impactado principalmente pelo reconhecimento de créditos fiscais de IR/CSSL e menor despesa tributária em 2023, conforme explicado pela empresa. Em 2024, a alíquota efetiva de IR/CSSLL foi de 23%.

A companhia encerrou 2024 com 1,45 milhão de clientes de banda larga, sendo 1,43 milhão via fibra óptica (FTTH) e 13,4 mil via acesso fixo sem fio (FWA). Durante o ano, foram adicionados 158 mil novos clientes neste segmento, consolidando a Brisanet como maior operadora de banda larga no Nordeste e quinta maior do país.

No segmento móvel, onde opera com 5G, a Brisanet alcançou 337,9 mil assinantes, com o serviço ativo em 237 municípios nordestinos e cobertura populacional de mais de 10 milhões de habitantes. Apenas no quarto trimestre, foram adicionados 115 mil novos clientes móveis, com um crescimento adicional para 417 mil até fevereiro de 2025. Este desempenho continua a trajetória de crescimento expressivo que a empresa vem registrando em suas operações.

"Adotando um modelo de crescimento orgânico, que acreditamos ser o mais eficiente, continuamos focados em expandir nossas operações e ativos para atender à demanda futura", afirmou José Roberto Nogueira, diretor-presidente da Brisanet, na mensagem que acompanha o balanço.

A dívida líquida da companhia encerrou 2024 em R$1,359 bilhão, representando 2,25 vezes o EBITDA, um nível que a empresa considera "seguro e ainda confortável" em relação ao limite de 3,5 vezes estabelecido pelos covenants. O endividamento foi direcionado principalmente ao investimento na infraestrutura móvel e na expansão da base de clientes de fibra óptica.

Durante 2024, a empresa obteve aprovação de mais de R$560 milhões em financiamentos junto a bancos de fomento, incluindo linhas do BNDES FUST, com prazos de até 15 anos para amortização e custos competitivos, que apoiarão a expansão da conectividade em áreas sem cobertura significativa.

Os investimentos (CAPEX) no ano totalizaram R$994,7 milhões, representando 69,7% da receita líquida, com foco principal na expansão da infraestrutura 5G pelo Nordeste. Vale lembrar que, recentemente, a empresa venceu um leilão de R$59,9 milhões para implementação de tecnologia 4G/5G em 47 localidades remotas, reforçando sua estratégia de expansão no mercado de telecomunicações móveis.